Banco do Nordeste oferece crédito para bovinocultura de corte de olho nas boas expectativas de negócios para 2023
Banco do Nordeste oferece crédito para bovinocultura de corte de olho nas boas expectativas de negócios para 2023
Os preços da carne bovina devem permanecer elevados ao longo de 2023 e gerar bons negócios aos produtores. A avaliação é do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste (BNB). A estimativa é que a demanda global pelo produto cresça puxada, principalmente, pela China. Acredita-se que o país asiático aumente seu consumo em 5,9%, chegando a 10,85 milhões de toneladas.
Para apoiar a atividade na retomada das vendas, o Banco do Nordeste (BNB) prevê contratar mais de R$ 3,5 bilhões para bovinocultura de corte, valor equivalente ao registrado em 2022. Na comparação com 2021, o banco aumentou em 10% o volume de contratações.
De acordo com Luiz Sérgio Farias Machado, superintendente de Agronegócio e Microfinança Rural do BNB, o apoio oferecido pelo Banco atende grandes e pequenos produtores na busca por aumento de produtividade e otimização de recursos. “A bovinocultura de corte tem agregado tecnologia e inovações ao processo de produção com melhoria de produtividade e da rentabilidade atendendo, ainda, requisitos relacionados à sustentabilidade ambiental. Damos atenção especial aos mini e pequenos produtores priorizando investimentos que permitam melhoria da genética dos animais, manejo alimentar e sanitário e reserva estratégica alimentar, notadamente no Semiárido”, afirma.
Mercado consumidor
A China continua sendo o principal destino da carne brasileira e, ainda, aumentou sua participação de 39,22% em 2021 (723 mil toneladas) para 54,72% em 2022 (1,24 milhão de toneladas).
Apesar das boas perspectivas, é preciso cautela. O alerta da zootecnista Kamilla Ribas Soares Colli, do Etene, se deve à complexidade do mercado. “É preciso fazer as contas com foco na melhoria da eficiência dos sistemas de produção, visando ganhos de lucratividade e rentabilidade, de olho na competitividade em relação a outras proteínas, como frango e suínos”, afirma.
Também é preciso um bom planejamento financeiro de quem deseja investir para não sofrer tanto com as variações de preço devido a questões geopolíticas, complementa o zootecnista Luciano Feijão Ximenes. “O mercado externo, que possui expectativas positivas, e o mercado interno, que absorve 70% do destino da produção, estão sob impacto de questões geopolíticas. Desse modo, é recomendável investir na maximização da eficiência da produção observando as práticas de sustentabilidade, como a economia circular, que é prioridade em relação ao aumento da capacidade”, explica.
No acumulado anual de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021, o Brasil aumentou as vendas de carne em 40,88% (US$) e 22,66% (Kg) e exportou carne bovina para 153 países.